Por Luiz Gurgel*
/" Quando nos deparamos com o mundo político, o concreto da política, o que nos dá a entender é que existem diferenças entre política, ser político e fazer política.
Se não vejamos:
Política é uma ciência, é arte, é o meio de se fazer o bem comum, de cuidar, de promover a felicidade humana, de preservar o planeta. No entanto, a política é entendida pelo senso comum apenas como um processo eleitoral para eleger pessoas com os seus devidos cargos, de presidente, governador, prefeito, senador, deputado e vereador. E o eleitor vota apenas para cumprir com sua obrigação com o Estado
Mas tem outra categoria de eleitor que busca negociar o voto de forma individual, ou mesmo coletivo, conforme o tamanho do seu curral eleitoral.
Ser político, na essência da palavra, é fazer valer os direitos dos cidadãos e o dever do Estado, conforme prevê a legislação, a Constituição. É ter a capacidade de envolver a sociedade e envolver-se na defesa intransigente da justiça, da equidade, da fraternidade, ou seja, é viver a construção de um mundo justo.
No senso comum, a política e o político são vistos através da chamada politicagem, que corresponde às práticas exercidas como forma de alguém “se dar bem”, de se aproveitar do poder para tirar proveito próprio, de desviar o papel do Estado, de promover políticas assistencialistas, tornando as pessoas dependentes do político.
Esse tipo de político vê a política como objeto que se transforma em voto, em mercadoria; é algo que pode dar lucro. Basta servir para elevá-lo ao poder, não importando os meios, o compromisso e muito menos a ideologia.
Fazer política exige de quem vai exercer um cargo ou mandato ter ética, compromisso, dignidade, honestidade e conhecimento do seu papel enquanto gestor. Por outro lado, a palavra honestidade é sinônimo de “abestado”.
Nessa política, o ser político faz política com “pê” minúsculo e utiliza a gestão pública para fazer corrupção, criar status, ter prestigio, ter poder, acumular riquezas, oprimir, ter influências.
A política é feita como meio de gerar dependência, de alienar e alimentar currais eleitorais, de exercer o assistencialismo, a opressão e a exploração. E a maneira de dar sustentação a essa política é manter o analfabetismo, o desemprego, a falta de moradia, saúde, transporte, educação, reforma agrária.
E em ambas as formas de se ver ou fazer política e exercer cargos exige a presença do eleitor. É ele que leva o político ao poder. E quem é esse eleitor? É um eleitorado que tem apenas um pequeno índice tem convicção ideológica, é consciente, sabedor do seu dever, do dever do Estado, do político, da função do político, da formação cidadã.
Assim sendo, o processo eleitoral é utilizado através dos diversos meios para se chegar ao poder. Ele vai variando conforme cada indivíduo: uns compram votos com moeda, os que estão no poder usam a máquina pública para fazer currais eleitorais, outros usam o poder do convencimento pessoal, coletivo e/ou ideológico.
O certo é que através do voto e sem dinheiro dificilmente o político honesto chega ao poder. O eleitorado é viciado, tanto no campo, quanto nas cidades. E isso é o que facilita a classe dominante fazer seu lobby e perpetuar no poder, seja no Executivo ou no Legislativo. "/
*LUIZ GURGEL é publicitário no ramo cinematográfico e morador do bairro Porto da Aldeia, em São Pedro da Aldeia.
Meus pensamentos sobre nossa política
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