Em assembleia geral unificada super concorrida e realizada na noite desta quinta-feira, dia 11, os servidores públicos de Cabo Frio aprovaram, por unanimidade, paralisação de três dias em greve de advertência escalonada, a começar no dia 23 de junho, quando também serão realizados um ato em frente à Prefeitura e campanha de arrecadação de alimentos não perecíveis para a Casa Renê Pessa, que presta apoio a soropositivos.
Ficou decidido ainda que os servidores, durante os dias de greve, farão ato em frente à Prefeitura, a partir das 8h, e assembleia em seguida. Também foi aprovada a luta pelo reajuste salarial de 10,2% para todos os servidores municipais.
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Os servidores de "mãos ao alto" e "assaltados" em seus direitos, votam pela realização de greve de advertência |
Caso não haja negociação ou solução em relação aos itens da pauta apresentada ao prefeito Alair Corrêa, as outras paralisações acontecerão nos dias 29 de junho, com o “sopão da dignidade”, e 08 de julho, com doação de sangue dos servidores para ajudar o banco de sangue da Região. Todos os atos acontecerão a partir das 8h, em frente à Prefeitura.
A alteração do índice de negociação dos 13% para 10,2% foi aprovada após releitura dos artigos da lei complementar que regulamenta o Plano de Cargos, Carreira e Remuneração da COMSERCAF, que prevê o índice legal para a fixação do reajuste salarial.
Os servidores decidiram que a reposição salarial deve ser negociada num mesmo pacote com a concessão do Vale Transporte na data determinada em lei - antecipado mensalmente - e o pagamento de todos os servidores estatutários da ativa, seja da administração direta ou indireta, na mesma data, respeitada a prioridade na data de pagamento dos aposentados, pensionistas, auxílio-doença e pensão alimentícia.
Os dirigentes sindicais ficaram de protocolar um ofício ao prefeito Alair Corrêa, antes de cada ato de paralisação, solicitando o agendamento de audiência para que seja debatida aplicação do índice de reajuste em conformidade com o que preconiza a legislação municipal.
COMENTÁRIO
Ao que parece, o prefeito Alair Corrêa desistiu de negociar com as lideranças sindicais depois daquele rompante em frente à Prefeitura. De lá para cá, em relação a esse assunto, o chefe do Executivo permanece em silêncio obsequioso e os sindicatos trilham nas linhas da incerteza quanto ao índice a ser aplicado para o reajuste salarial que, diga-se, é direito do servidor e não favor do prefeito.
A proposta inicial do prefeito era de um reajuste inferior aos 4%, o que sofreu alterações, após reunião com lideranças sindicais, e chegou ao patamar de 5,83%, percentual rejeitado em assembleia unificada na Escola Municipal Professor Edilson Duarte. Os sindicatos também refizeram as contas e desceram o número de 13% para 10,2% e aguardam a resposta do prefeito.
Sem querer agir como "ave de mau agouro", acho pouco provável o prefeito Alair Corrêa negociar percentual diferente do que por ele fora anunciado. Assim como também acho que não há interesse da parte dele de colocar sobre a mesa todos os números da contabilidade da administração, o que foi uma dos compromissos firmados em praça pública.
Quero estar errado, mas é grande a chance de o prefeito "empurrar com a barriga" essa discussão e assistir de "camarote" aos atos dos sindicatos e associações de classe, haja vista que ele já se afeiçoou à ideia de que a repercussão das paralisações não é tão danosa quanto as lideranças sindicais anunciam e que a adesão é ínfima quando confrontada com o universo de servidores que permanecem nos seus postos de trabalho.
Certo é que, do jeito que está, sem uma definição, todos os servidores saem perdendo, independentemente de aderirem ou não à greve/paralisação.
Sem acordo com o prefeito, servidores de Cabo Frio farão greve de advertência
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