Uma mulher grávida de três meses descobriu que carregava um feto morto há nove dias somente após procurar uma clínica particular para a realização da ultrassonografia, em Cabo Frio. Em uma semana, ela deu entrada duas vezes em um hospital público se queixando de sangramento e dores, mas no primeiro atendimento, após exame de toque, foi liberada sem que a médica detectasse a morte do bebê.
Aliana Fonseca, de 27 anos, deu entrada no Hospital da Mulher na última segunda-feira, dia 6, porém foi liberada sem realizar o exame de ultrassonografia. Segundo o marido Fábio Eugênio, ela recebeu alta ainda com os sintomas.
- Ela fez, segundo ela, simplesmente um toque. E a médica afirmou que o útero estava fechado e o que estava ali dentro estava protegido, estava bem, e mandou a gente embora para casa, lamentou o marido.
Na sexta-feira, dia 10, o casal retornou ao mesmo hospital, já que o sangramento persistia. Eles contam que desta vez o exame foi solicitado, porém precisou ser feito em uma clínica particular, já que a unidade médica não tinha recursos para o procedimento no momento.
A ultrassom foi realizada e, de acordo com Fábio, as imagens mostram o bebê sem movimentos e sem batimentos cardíacos. E após receber o laudo, o casal foi surpreendido ao constatar que o feto já estava morto há tanto tempo. No domingo (12) foi feita a curetagem, procedimento para a retirada do feto, mas a paciente reclama a ausência de um exame que avaliasse seu atual estado de saúde.
- Se eu soubesse desde segunda-feira, não ficava esse tempo todo sofrendo para fazer o procedimento que tem que fazer, finalizou Aliana.
O marido explica que a Secretaria de Saúde entrou em contato solicitando os documentos de sua esposa e admitiu o erro, dizendo que o hospital deveria ter ultrassom 24 horas por dia, mas não tem.
A Secretaria Municipal de Saúde confirmou que “o exame não está disponível 24 horas por dia e que não há previsão de que isso aconteça. No caso de Aliana, tudo o que tinha que ser feito foi feito. Esse foi um caso de aborto natural”.
Fonte: G1
COMENTÁRIO
Tudo parece normal quando não acontece com a gente, quando não acontece com quem tem a responsabilidade de evitar que essa "normalidade" aconteça. Não há nada de normal uma cidadã enfrentar o risco de uma infecção por conta de um feto morto em seu ventre por tanto tempo.
Óbvio que se a mulher se apresentou na unidade de saúde pública já com o feto morto, nada poderia ser feito com o feto a não ser a curetagem, procedimento realizado num momento extremamente delicado na vida de uma mulher.
Não bastasse a explicação nada normal da Secretaria de Saúde, ainda tivemos o infeliz comentário do prefeito Alair Corrê nas redes sociais. Para ele, "não adianta algumas pessoas ligarem para determinados programas de rádio e reclamarem dos serviços de nossa saúde".
Ainda de acordo com o comentário do prefeito, "o povo já está sentindo as mudanças que nela [na Saúde] temos feito. (...) Infelizmente, por aqui um caso apenas que o atendimento não foi satisfatório, os adversários fazem a festa. Exemplo: no Hospital da Mulher, que nesses 30 dias foram feitos 400 partos, bastou um só caso ter desagradado alguém para esse ir à rádio protestar. Mas os outros 399 saíram com seu bebê satisfeito e não vimos um só comentário positivo".
O prefeito emenda: "E por que não tivemos esse comentário? Simplesmente porque para grande parte da mídia só interessa a dor, a morte ou o escândalo".
Ora, vejam só! Se a mídia se interessa pela dor do cidadão cabo-friense já temos um avanço, haja vista que o prefeito não parece se importar com ela. Se a morte é que figura nas páginas de jornais ou se de forma "viral" permeia as mídias sociais, deve ser porque as políticas públicas, que deveriam pesar no ombro do prefeito, falharam. E se há escândalos sendo divulgados, estes são poucos e patrocinados também pelo prefeito. Imaginemos se a imprensa divulgasse todo o que há de escandaloso no governo Alair Corrêa! Poderia passar um bom tempo aqui debruçado no relatório.
Grávida de Cabo Frio descobre que carregava feto morto há 9 dias
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Tudo isso, porque o Hospital em questão é ou era "referência nacional", já dizia o prefeito do "alto de um cavalo branco alado". Mesmo sendo uma maternidade sem UTI neonatal . Quem deu esse titulo? Eu que não fui! Nem as minhas sobrinhas de cinco anos. Será que foi o ex-secretário Dr.Roberto Pillar? E ai? Já tem UTI neonatal?
ResponderExcluirMas o prefeito Alá ir tem razão. "o povo já está sentindo a mudança na saúde". O povo está se mudando para a saúde privada. Porque tá tudo "meia-boca". Muitos exames estão sendo realizados com certas "restrições diárias". E onde estão os "doutores" e professores sabichões de saúde pública? Aqueles que "lecionavam " aulas, para o "governo passado" nas redes sociais. Foram atingidos por algum vírus? Ou "viraram" spam?
O prefeito é a cara de grande parte da população da cidade: sem noção, todo erado, acha que está certo e discute bravamente tentando justificar o erro. Fazer o quê?