O ano de 2015 termina pior do que começou e sugere que em 2016 seguiremos no caminho caótico onde as prioridades estão sendo revistas na toada da inversão de valores.
No cenário nacional ouvimos falar de zica vírus, chicungunha e dengue, trazidos pelos aedes aegypti, isso somado ao caos ambiental proporcionado no interior do estado de Minas Gerais e uma inflação que ultrapassa os 10%.
Nos estados federados o contexto não parece ser diferente: profissionais da educação com remuneração em atraso, Unidades de Pronto Atendimento esvaziadas, segurança pública desmotivada.
Nos municípios os absurdos seguem sendo cometidos a nossa revelia, as notícias alarmantes chegam ao sabor dos ventos.
Talvez três toneladas de fogos não sejam suficientes para cegar e ensurdecer toda a população.
Do norte ouvem-se rumores que a Prefeitura pretende antecipar os royalties, mesmo que os títulos necessários à garantia não se apresentem em sua melhor forma; do sudoeste ouve-se que a fé sustentará a queima dos fogos na noite do réveillon, apesar dos servidores públicos municipais estarem amargando atrasos em suas remunerações levando-os a perceber solução de continuidade em sua capacidade aquisitiva, quiçá até mesmo em sua sustentabilidade.
Na verdade, o cenário caótico nos municípios parece ser infindável, vão de hospitais depredados a cemitérios sem vagas, passando por professores sem remuneração e vigilância pública desmotivada e isso é notório até aos contentes banhistas que se mantenham atentos aos ambulantes que comercializam de tudo e de qualquer forma sem preocupações com o que deveria ou não ser autorizado, regulamentado ou fiscalizado.
Mas, apesar do pão estar em flagrante falta, o circo parece estar garantido. Nos telejornais veem-se os detalhes sobre queima de fogos, nas capitais e nas cidades do interior, principalmente onde há praias; a população vem se deslocando, se abastecendo com líquidos fermentados produzidos a partir de cereais não maltados, pouco refrigerados em caixas térmicas onde dividem espaço com petiscos produzidos a partir de galináceos e mandioca ralada, também conhecida por aipi, aipim, castelinha, uaipi, macaxeira, mandioca-doce, mandioca-mansa, maniva, maniveira, ou alguma outra expressão que tenha escapado.
Mas, talvez três toneladas de fogos não sejam suficientes para cegar e ensurdecer toda a população. E esperamos que a consciência seja recuperada, que a razão retome seu lugar alijando a suscetibilidade e que em 2016 as prioridades públicas legalmente determinadas pela Carta Constitucional sejam perquiridas, não antes, mas no lugar dos projetos pessoais daqueles a quem confiamos nossos votos e parecem pretender seguir permitindo que preponderem suas utopias imaginativas e sem fundamento plausível; seus fantasiosos devaneios; suas ideias quiméricas que tem sido responsáveis pelo enterro de cidadãos, indivíduos que estão perecendo em razão da irresponsabilidade leviana com a qual a (res) pública tem sido gerenciada.
SAULO BICHARA MENDONÇA, professor.
OPINIÃO | Três toneladas de fogos
Reviewed by Unknown
on
28.12.15
Rating:

Vergonha desses políticos de cabo frio, todos incluindo federal e estadual, vereadores, prefeitos, bando de covardes sujos.
ResponderExcluirEm Cabo Frio nao é necessário três toneladas de fogos, para cegar e ensurdecer a população. Pra que gastar isso tudo? Esse povo nao merece nao. So se for para acordar! Em Cabo Frio , o povo se contenta com pouco. Um estalinho ja é suficiente. Aposto com quem quiser que vão ficar felizes!
ResponderExcluirAgora, compra três toneladas de fogos coloca em uma balsa, acende e ofereça um cruzeiro em alto mar, para esses politicos. Se cair no mar, nem tubarão come. Tubarão vai cuspir, passar mal e vai falar: "que são carnes de segunda com data de validade vencido. Ou jaba! Imagine as cáries bacterianas nos dentes do tubarão. Ah, vai ter também que tomar vermefugo!
Correção: data de validade vencida.
Excluir